Análise TeK: Na companhia do iPod shuffleNem era preciso ser tão radical, mas nas últimas semanas o novo iPod
shuffle tornou-se uma companhia constante, pondo de lado o iPod nano e
outros leitores de música digital. Nos primeiros dias os leitores de
sempre ainda continuavam na carteira, não fosse o pequeno iPod falhar as
suas tarefas, mas com o passar do tempo e o crescimento da confiança,
acabou por ser relegado para a gaveta, a par de outros que já lá tinham
lugar permanente.
Até porque o conceito de não poder olhar para o ecrã para saber que
música está a tocar e o que quero ouvir a seguir nunca me encantou. É
que há momentos para tudo, e, entre as centenas de músicas guardadas, os
temas que se ouvem na praia não são os mesmos que se querem escutar
durante a leitura de um romance à sombra de árvores frondosas, ou quando
se faz exercício no ginásio.
Por isso confesso que mantive algumas resistências mentais em relação ao
shuffle, embora o mais recente leitor da linha iPod surpreenda pelo
reduzido tamanho, quase metade do já pequeno modelo shuffle, e a
portabilidade: prende-se como um clip em qualquer peça do vestuário e
pode alojar até 1000 músicas nos seus 4 GBytes de memória.
Mesmo sem nunca ter sido fã do conceito shuffle - onde as músicas
"surpreendem" o ouvinte sem que este tenha grandes possibilidades de
controle sobre qual vai ouvir a seguir - as novas funcionalidades
integradas no novo leitor desta linha suplantam as desvantagens
anteriores.
O "descontrole" mantém-se, mas é limitado pela possibilidade de definir
playlists e de saber que música está a tocar através do VoiceOver, que
sussurra ao ouvido o nome da música e o autor - em bom português ou em
inglês, como preferir - e pode ler toda a playlist.
A chave de controle reside agora no "interruptor" pendurado nos
auriculares, onde se pode aumentar ou reduzir o volume, e pedir para que
seja lido o nome da música, ou a lista toda. O segredo para tirar todo o
partido desta funcionalidade está no tempo usado para pressionar o tal
botão, accionando a leitura da música, ou a informação de bateria.
Se a adaptação ao shuffle foi rápida e simples, a definição de playlists
específicas foi mesmo a tarefa mais demorada, um "trabalho de casa"
adicional à ligação do iPod ao iTunes e transferência da lista de
músicas já guardadas para o novo leitor.
Depois de feita esta "adaptação" já nem a falta de informação sobre o
estado da bateria era uma preocupação. Apesar do tamanho, o leitor tem
endurance suficiente para me acompanhar por várias horas, bastando
ligá-lo de vez em quando ao computador através da porta USB. E, até
agora, ainda não lhe faltou energia em momentos mais críticos...
Somando todos os argumentos, o balanço final é simples: quando for de
férias os outros leitores de música ficam na gaveta e o iPod vai
contribuir para tornar a bagagem mais leve....
O iPod shuffle custa 75€ e está à venda nas cores cinza e preto.
Fonte: Tek